sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Biografia de Richard Connell

Por Bob Gay

(Traduzido para o português por Carlos Oliveira)


MUITOS autores são lembrados pelo conjunto de sua obra: inúmeras coletâneas e/ou romances que representam uma certa época ou ponto de vista. Outros são lembrados por um determinado personagem ou grupo de personagens, que tocam um certo acorde dentro de nós e, em muitos casos, permanecem muito depois de seu criador ter partido. Há um pequeno grupo de autores, no entanto, que têm a sua reputação baseada em apenas uma única obra, ou ainda mais raro, em uma única história. É neste pequeno grupo que encontramos Richard Connell.

    Richard Edward Connell, Jr. nasceu em Poughkeepsie, Nova York, em 17 de outubro de 1893, filho de Richard Edward Connell "Sênior" e Mary Miller Connell. Seu pai era repórter e editor de um jornal local, o Poughkeepsie News-Press, bem como um aspirante a político. Parece não haver relatos da infância do jovem Richard, exceto que aos 10 anos ele acompanhou o seu pai no trabalho jornalístico, fazendo reportagens sobre jogos de beisebol (supostamente recebendo 10 centavos por matéria escrita). Aos 16 anos, ele avançou para o cargo de editor do jornal e, após se formar no ensino médio, ingressou na Universidade de Georgetown.

    Enquanto estava em Georgetown, Connell trabalhou por um tempo como secretário de seu pai, que havia visto uma culminação de suas aspirações políticas, quando foi eleito para o Congresso em 1911. Infelizmente, a carreira política do Connell mais velho foi interrompida por sua morte repentina um ano depois, e o jovem Connell voltou para a faculdade, mudando-se para Harvard, onde se tornou editor do The Harvard Lampoon.

    Connell mudou-se para a cidade de Nova York após se formar e aceitou um emprego como repórter do jornal New York American. Depois de um curto período, ele decidiu tentar escrever textos publicitários e, segundo todos os relatos, teve bastante sucesso. Connell deixou a publicidade durante a Primeira Guerra Mundial para servir no exército, onde fez algumas edições de seu jornal de campo e até serviu por um ano na França. Ao retornar da guerra, ele voltou para a publicidade e, em 1919, casou-se com Louise Herrick Fox. Esta não foi a única mudança em sua vida, pois, encorajado pela publicação de seu primeiro conto, abandonou a publicidade para embarcar na carreira de escritor freelancer.

    Connell foi um autor popular durante este período de sua vida, escrevendo mais de 300 contos e diversas novelas. Ele recebeu o O. Henry Award tanto em 1923 quanto em 1924 por suas histórias "A Friend of Napoleon" e "The Most Dangerous Game", mas, além dessas honrarias iniciais, nunca alcançou qualquer sucesso crítico real com seu trabalho. Eventualmente, ele tentou escrever roteiros para o cinema e, em 1937, abandonou a escrita freelance para trabalhar exclusivamente em filmes. O IMDb (Internet Movie Database) lista 39 filmes realizados do trabalho de Connell (tanto seu trabalho original quanto adaptações de seus contos) e ele recebeu duas indicações ao Oscar, incluindo uma por seu crédito no roteiro de Meet John Doe (Adorável Vagabundo, no Brasil). Connell era muito requisitado em Hollywood quando sucumbiu a um ataque cardíaco em 22 de novembro de 1949 e faleceu em sua residência em Beverly Hills.

    "The Most Dangerous Game" apareceu originalmente na edição de 19 de janeiro de 1924 da Collier's Weekly, e serviu de base para, pelo menos, 8 filmes e, segundo a maioria das fontes, nunca deixou de ser impresso desde a sua publicação original.


Bob Gay

Novembro de 2007

(Traduzido para o português, em fevereiro de 2024, por Carlos Oliveira)


****


Biography of Richard Connell

By Bob Gay


MANY authors are remembered for their body of work: numerous collections and/or novels that represent a certain era or point of view. Others are remembered for a certain character, or group of characters, who strike a certain chord within us and, in many cases, live on long after their creator has passed away. There is a small group of authors, however, who have their reputations based on a single work, or rarer still, a single story. It is in this small group that we find Richard Connell.

    Richard Edward Connell, Jr. was born in Poughkeepsie, New York on October 17, 1893 to Richard Edward Connell Sr. and Mary Miller Connell. His father was a reporter and the editor of a local paper, the Poughkeepsie News-Press, as well as an aspiring politician. There seem to be no accounts of the younger Richard's childhood, except that by age 10, he had followed his father into newspaper work by reporting on baseball games (reportedly receiving 10 cents per story). By age 16, he had advanced to city editor of the paper and, upon graduation from high school, entered Georgetown University.

    While at Georgetown, Connell worked for a time as secretary to his father, who had seen a culmination of his political aspirations, when he was elected to Congress in 1911. Unfortunately, the elder Connell's political career was cut short by his sudden death a year later, and the younger Connell returned to college, moving over to Harvard, where he became the editor of The Harvard Lampoon.

    Connell moved to New York City after his graduation and accepted a job as a newspaper reporter at the New York American. After a short time he decided to try his hand at writing advertising copy and, by all accounts, was quite successful. Connell left advertising during WWI to serve in the army, where he did some editing of his camp newspaper and even served for a year in France. Upon his return from the war, he returned to advertising and in 1919 married Louise Herrick Fox. This was not the only change in his life, however, since, emboldened by the publication of his first short story, he abandoned advertising to embark on a career as a freelance writer.

    Connell was a popular author during this period of his life, writing over 300 short stories and several novels. He received the O. Henry Award in both 1923 and 1924 for his stories "A Friend of Napoleon" and "The Most Dangerous Game," but, aside from these early honors, never attained any real critical success with his work. Eventually, he tried his hand at screenwriting and, in 1937, abandoned freelance writing to work only on films. The IMDb lists 39 films made from Connell's work (both his original work and adaptations of his short stories) and he received two Academy Award nominations, including one for his scripting credit on Meet John Doe. Connell was in great demand in Hollywood when he succumbed to a heart attack on November 22, 1949 and died at his home in Beverly Hills.

    "The Most Dangerous Game" originally appeared in the January 19, 1924 issue of Collier's Weekly, has been the basis for at least 8 films and, according to most sources, has never been out of print since its original publication.


Bob Gay

November, 2007

(Transcrito, em fevereiro de 2024, por Carlos Oliveira)


****


Link para adquirir o conto "The Most Dangerous Game" (em inglês): (em breve)


Link para adquirir a tradução em português do conto "The Most Dangerous Game": (em breve)


Link para o site "Famous (and forgotten) Fiction", produzido e editado por Bob Gay e Dan Neyer: http://famous-and-forgotten-fiction.com/


Quarta postagem do Blog LITERATURA, DICAS & GADGETS.


Palavras-Chave: Richard Connell, The Most Dangerous Game, O Jogo Mais Perigoso, Contos de Horror, Literatura Estadunidense, Zaroff, Cinema, Filmes de Horror, Livros, Contos, Século XX, Edgar Allan Poe, H.P. Lovecraft, Carlos Oliveira, Lado Sombrio, Terror, Horror, Suspense, Mistério, Gore, Splatter, Slasher, Hardcore, Nonsense, Noir, Gótico, Bacurau, Instalivros, Bookstagram, eBooks, Kindle, Goodreads, DarkSide Books, Nerd, Geek.

sábado, 30 de dezembro de 2023

 A Verdade Sobre O Meio Literário

Por Carlos Oliveira


SEM dúvidas, o desejo de todo aspirante a escritor é obter sucesso com algum de seus escritos (em outras palavras, ser lido, reconhecido e obter muito dinheiro e prestígio com isso). Todavia, podemos dizer que o "meio" literário é bastante hostil com aqueles que obtém algum êxito com os seus escritos, seja ele de que gênero for, pois, quando isso acontece, surge uma porção de gente (de tudo quanto é lado) que tentou a mesma coisa que você e não conseguiu, achando que você está usurpando de algum modo um lugar que é delas por direito. E, nisso, ficam tentando te boicotar e te desmerecer de tudo quanto é forma.

    Tenho algumas obras escritas através de pseudônimos literários (pois, prezo pela minha privacidade e pretendo me manter anônimo) e posso dizer o quanto isso é difícil: você não tem que matar um leão, mas, sim, uma centena de hienas famélicas por dia. Geralmente, "hienas" de cabelo roxo, de piercing no nariz e de tatuagem "blessed" no braço esquerdo. "Hienas" que ficam, o tempo todo, tentando investigar a sua vida para descobrir algo no qual possam usar contra você e manchar a sua reputação definitivamente. O que, muitas vezes, envolve descobrir em quem você votou nas últimas eleições, quais pessoas você segue nas redes sociais, que tipo de conteúdo curte e posta, etc. Ficam tentando também encontrar trechos nas suas obras que, fora de contexto, possam dizer algo contra você; outras vezes, também, tentam te seduzir no intuito de te desestabilizar emocionalmente e, assim, conseguir tirar algum tipo de proveito de você, e assim por diante.

    Deveras, é preciso ter um psicológico muito forte e estar bem preparado (mentalmente e emocionalmente) antes de obter qualquer tipo de sucesso no meio literário. Pois nem tudo são flores, muitas vezes o caminho estará repleto de pedras pontiagudas que machucarão os seus pés. Ainda assim, acho que vale muito a pena a caminhada, principalmente se você, de alguma forma, sente que nasceu para isso.


Terceira postagem do Blog LITERATURA, DICAS & GADGETS.


Palavras-Chave: Livros, Escritores, Meio Literário, Mercado Editorial, Autor Best-Seller, eBooks, Goodreads, Kindle, Instalivros, Bookstagram, Redpill, Nerd, Geek.

segunda-feira, 13 de julho de 2020

Conteúdo Relevante vs Apelo Sexual

Por Carlos Oliveira


QUALQUER um que, sendo homem, fizer uma conta no Instagram para postar conteúdo (resenhas, impressões, por exemplo) sobre literatura (com um perfil masculino, é claro) vai conseguir, num período de seis meses, no máximo, alguns poucos seguidores (isso se conseguir). Agora, se você fizer uma com perfil feminino, para tratar do mesmo assunto, vai conseguir, em menos de um mês (sem exageros), mais de mil seguidores (até mesmo entre gente que não se interessa e nunca se interessou por literatura antes). Isso sem contar o fato de que, caso você, entre a foto de um livro ou outro, poste fotos provocantes com decotes à mostra e/ou tatuagens ousadas aparecendo poder triplicar (ainda mais) o número de seguidores e a quantidade de engajamento.

    Mulheres que se utilizam de tal artifício, conhecido como capital erótico, para captar seguidores nas redes sociais estão erradas? A resposta é NÃO! Empresas também se utilizam de tal artifício, por exemplo: um posto de gasolina pode até comercializar combustível de altíssima qualidade, porém, como atrativo extra aos seus clientes eles contratam mulheres, geralmente com cabelos compridos e corpos voluptuosos, e as colocam em uniformes colados para abastecer o veículo da clientela que, sem hesitar, sorrindo, pedem para encher o tanque; ou, então, uma concessionária que pode até vender carros robustos, confortáveis e de luxo, porém, só contratam mulheres bonitas com um sorriso "lindo" como vendedoras para atender os possíveis clientes de alto poder aquisitivo interessados em adquirir um "carro novo".

    De quem é a culpa, então? Dos próprios homens, obviamente. Pois enquanto houver homens com atitudes assim, sempre haverá quem saiba tirar proveito disso (e muito, aliás). Eu mesmo nunca vi vantagem alguma em curtir e comentar fotos de mulheres que não conheço, nunca irei conhecer e tampouco ter qualquer tipo de relação com elas, nas redes sociais. E também não sigo e nem solicito seguir nenhuma delas. De verdade, isto não é ser "homem", isso é ser estúpido. Definitivamente, você não irá conseguir chamar a atenção delas com isso. Não positivamente, pelo menos. Só vai conseguir, no máximo, queimar o seu próprio filme com outras que você conhece ou ainda irá conhecer, futuramente. Acredite, ficar com fama de "taradão" entre as mulheres não é e nunca foi uma coisa muito boa, não.

    Se valorize, seja menos gado! Invista num curso, numa academia, num esporte, ou em qualquer outra coisa que irá agregar boas experiências e conhecimento a você. Acredite, a maioria das mulheres não estão nem aí para você (claro, no caso de você ser um jogador de futebol famoso, um cantor famoso, um youtuber com um canal com mais de cinco milhões de inscritos, etc., a história seria outra, mas não é disso que estou falando). Então, retribua com a mesma indiferença. Isso fará você se destacar em meio a manada, fará você concentrar todas as suas energias em coisas que, realmente, irão agregar em sua existência e, principalmente, fará você se tornar um homem de alto valor (no meio de tantos sem nenhum).


Segunda postagem do Blog LITERATURA, DICAS & GADGETS.


Palavras-Chave: Capital Erótico, Comportamento, Atitude, Homem de Alto Valor, eBooks, Instalivros, Bookstagram, Redpill, Nerd, Geek.

quinta-feira, 9 de julho de 2020

Seja Um Leitor Inteligente

Por Carlos Oliveira


LÊ Dan Brown e acha que se tornou um "expert" em História Eclesiástica; lê Leandro Karnal e acha que se tornou um "expert" em Filosofia; lê Padre Fábio de Melo e acha que se tornou um "expert" em Teologia; lê Augusto Cury e acha que se tornou um "expert" em Psiquiatria e Psicologia; lê A Culpa é das Estrelas e acha que se tornou um "expert" em Questões Existenciais; lê A Cabana e acha que se tornou um "expert" em matéria de Fé e Religião; lê a Carta Capital ou o El País e acha que se tornou um "expert" com relação ao Cenário Político e Econômico Atual.

Quem é este indivíduo em questão que ao ler uma única obra ou autor acha que já domina todo o assunto (ignorando que não vislumbra ainda nem sequer a ponta do iceberg)? Eis a pergunta pertinente que surge...

Resposta: O brasileiro comum, é óbvio!


P.S.: Para aqueles no qual é preciso desenhar, a crítica (aqui) não é direcionada contra os autores nem tampouco contra os livros e/ou contra os órgãos de imprensa citados, a critica é direcionada a atitude presunçosa de alguns que, ao fazer uma simples leitura (muitas vezes, até mesmo superficial) de uma única obra ou autor, já se sentem expert no assunto, sem ao menos se dar ao trabalho de conhecer as possíveis visões contrárias daquilo que acabou de ler. Toda leitura é válida, porém, ao ler alguma coisa, tenha sempre em mente que sempre haverá contra-argumentos e visões contrárias aquilo, por isso, é tão importante manter o senso crítico ao ler e, após, buscar se aprofundar e conhecer melhor o assunto, antes de querer bancar uma de sabe-tudo. Seja um leitor inteligente. Questione tudo o que lê. E, principalmente, se permita conhecer outras visões a respeito, pois há sempre mais além da linha da superfície (essa é a mensagem).


Nota: Baseado numa postagem que vi no Facebook de uma conta chamada Seymour Glass. Sigam o cara por lá, ele é muito bom!

Primeira postagem do Blog LITERATURA, DICAS & GADGETS.

Palavras-Chave: Literatura, Livros, Comportamento, Leitores, eBooks, Goodreads, Kindle, Instalivros, Bookstagram, Nerd, Geek.